sábado, 30 de julho de 2011

Brasil decepciona na estreia

BRASIL 1X1 EGITO



Por incrível que pareça o Egito deu muito trabalho à seleção brasileira ontem na estreia da Copa do Mundo Sub-20 da Colômbia.

E jogou melhor em muitos momentos.

Com o Estádio Metropolitano Roberto Meléndez lotado, em Barranquilla (Colômbia), não passamos de um empate em 1 a 1.

O primeiro tempo foi equilibrado, com os egípcios pouco superiores.

Nosso destaque foi o meia Philippe Coutinho, que movimentou-se bastante e criou algumas chances.

O Brasil começou num 4-2-3-1, com o segundo volante Casemiro encostando nos três meias Oscar (aberto pela direita), Philippe Coutinho (pelo meio) e Alan Patrick (aberto pela esquerda).

O técnico Diaa El Sayed armou bem o Egito com três zagueiros, num 3-5-2, com meias e atacantes movimentando-se bastante.

Começamos atacando muito, apresentando um bom toque de bola, com os meias Oscar e Phillipe partindo pra cima.

Aos 12 Phillipe bateu escanteio com perfeição na cabeça de Danilo que anotou o gol brasileiro. Daí em diante paramos de jogar e só deu Egito.

Nossa mal posicionada zaga falhou muito. Numa dessas falhas Omar Gaber empatou aos 26, após furada feia de Danilo.

Nossos meias deviam adiantar a marcação, o que não aconteceu, e com os papéis invertidos – o Egito era protagonista e teve claras chances de virar – tomamos sufoco até o final do primeiro tempo.

Com bom toque de bola o Egito dominava o meio-campo e envolvia nossa fraca e desprotegida defesa.

Só melhoramos um pouco nos minutos finais do primeiro tempo.

Melhor postado em campo, mais compactado, com as três linhas próximas, o Egito foi taticamente superior ao Brasil. Equipe de grande força física, imprimiu forte marcação, mas abusou das faltas para parar o jogo.

Oscar rende melhor no meio, como joga no Inter, e insistia em jogar pela ponta.

O lateral Gabriel Silva não subiu ao ataque, ficou muito preso.

No intervalo Ney Franco tirou o apagado meia Allan Patrick e colocou o atacante flamenguista Negueba para explorar as jogadas de linha de fundo pela direita, passando do 4-2-3-1 para o 4-2-2-2. Oscar foi para a esquerda, mas pouco fez.

O Egito continuava marcando muito forte e saindo rápido para o ataque.

Ney Franco, buscando ter mais ofensividade, tirou Casemiro, que caiu muito no segundo tempo, para entrada do meia-avançado Dudu, passando para um 4-1-3-2, para vencer a forte marcação adversária.

Mas foi mal sucedido. Possibilitou ao Egito contra-golpear à vontade e por pouco não fomos derrotados.

Numa última tentativa de buscar a vitória, Ney Franco trocou Willian José, que pouco fez e já devia ter sido substituído no intervalo, pelo atacante Henrique, sem obter êxito.

Os dois alas Danilo e Gabriel ficaram muito atrás, e nosso meio-campo estava sem criatividade.

O único que tentou algumas jogadas e teve alguns lampejos foi Phillipe Coutinho, destaque brasileiro.

O destaque egípcio foi Salah, um meia-atacante canhoto muito técnico que deu trabalho à defesa brasileira.

No final, dadas as circunstâncias, o empate não foi mau resultado.

Técnica e taticamente a equipe foi muito ruim.

Ney Franco terá muito trabalho. A seleção carece de entrosamento e tem dois beques absolutamente perdidos no posicionamento.

E as três linhas estão muito distantes.

Formações:

BRASIL: Gabriel; Danilo, Bruno Uvini, Juan e Gabriel Silva; Fernando, Casemiro (Dudu), Alan Patrick (Negueba), Philippe Coutinho e Oscar; Willian José (Henrique).

EGITO: El Shenawi (Awwad); Fatah, Talfik e Hegazi; Ibrahim (Gomaa), Sobhy, El Neny, Fathy e Salah (Nabil); Gaber e Hamdy.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

FUTEBOL-ARTE


Vamos esquecer um pouco a tática e reverenciar a técnica: que golaço do moicano Neymar ontem na Vila, gol de Pelé.

Improviso, habilidade, velocidade, um gol fantástico!

Apesar de “mala”, joga demais, mas precisa encorpar para fazer sucesso na Europa.

Entendo que se não se mascarar demais (o que é difícil!) tem tudo para ser o melhor do mundo dentro de dois ou três anos.

E como jogou Ronaldinho... detonou!

Relembrou os bons tempos de Barcelona, desequilibrou a partida a favor dos cariocas, num dos mais emocionantes jogos dos últimos anos.

No entanto, já há apressadinhos defendendo sua convocação para a seleção.

Calma, gente, para voltar a vestir a amarelinha é preciso regularidade.

E o gol do Dagoberto ontem em Curitiba: fantástico também, assim como o de Lucas por cobertura.

Foi uma quarta mágica para o futebol brasileiro!

Faz acender uma pequena luz no fim do túnel...

Tricolor erra muito e quase cede empate ao Coxa


Apesar da vitória, Adilson Batista foi superado por Marcelo Oliveira no duelo tático.


Coritiba 3x4 São Paulo

Foi um jogaço, de dois tempos muito distintos.

No primeiro o São Paulo foi melhor e na etapa complementar o Coxa dominou, mesmo jogando com um a menos.

O Coritiba iniciou a partida com um 4-2-3-1 contra um 4-3-1-2 do São Paulo.

Marcelo Oliveira colocou o primeiro volante Gil grudado em Rivaldo, Léo Gago marcando pela esquerda e três meias: Rafinha bem aberto pela direita, para impedir os avanços de Juan; Marcos Aurélio mais centralizado e Davi aberto pela esquerda, para impedir as subidas de Jean, com um único atacante, Bil.

Adilson escalou três volantes – Welington fechando o lado direito, Denílson marcando Marcos Aurélio e Carlinhos Paraíba fechando a esquerda e com um pouco mais de liberdade para sair para o jogo.

Rivaldo fez o papel do número 1 e dois atacantes – Lucas e Dagoberto.

O Coxa iniciou a 100 por hora, marcando sobre pressão a saída de bola do tricolor e imprimindo grande velocidade ao jogo.

Logo no início Davi acertou a trave.

O Coritiba levava nítida vantagem no meio-campo, com a intensa movimentação dos três meias e do segundo volante Léo Gago, que jogava livre de marcação.

Quando o campeão paranaense mandava no jogo uma roubada de bola de Welington começou a mudar o panorama da partida.

O volante tocou para Lucas, que viu Carlinhos na entrada da área e esse acertou um belo chute, indefensável, para abrir a contagem, aos 17 minutos.

Falha defensiva do Coxa, pois Carlinhos apareceu no ataque como elemento-surpresa sem ninguém marcá-lo.

Carlinhos, volante que passou a jogar também como meia, fez um primeiro tempo brilhante, saindo mais para o jogo e subindo ao ataque sem ser marcado.

Aos 23 minutos Rodolfo descolou um belo lançamento para Juan.

A defesa paranaense falhou novamente e apenas assistiu ao tricolor colocar com categoria por cima do goleiro.

Apesar da equipe da casa ter mais posse de bola, a maior qualidade técnica do tricolor fazia a diferença.

O São Paulo explorava bem os contra-golpes, com velocidade, contando com a habilidade do experiente Rivaldo para acionar Juan, o elemento-surpresa Carlinhos Paraíba e os dois atacantes, Lucas e Dagoberto.

Até que aos 30 minutos saiu o gol mais bonito do jogo: linda troca de passes entre Dagoberto, Lucas e Welington que tocou para Dagoberto ampliar, 3 a 0.

Aproveitamento espetacular do tricolor, que pouco chegou, mas quando chegou, fez.

Aos 41 minutos Davi fez falta por trás em Juan e recebeu o cartão amarelo, logo seguido pelo vermelho por jogar a bola ao chão, indignado com a marcação do árbitro.

No intervalo Marcelo Oliveira decidiu arriscar e se deu bem: sacou o volante Gil, mal na marcação pela direita (deu muito espaço para Rivaldo, Juan e Carlinhos) e colocou o ala direito Maranhão, deslocando Jonas para o meio, para jogar como volante.

E colocou o atacante Anderson Aquino no lugar do pouco efetivo meia Marcos Aurélio, para encostar e jogar junto com Bil, muito isolado no meio dos zagueiros tricolores no primeiro tempo.

O Coritiba passou do 4-2-3-1 ao 4-2-2-2, com dois meias e dois atacantes e melhorou muito na partida.

Adilson foi infeliz nas mudanças: sacou Juan, que vinha bem, e colocou Cícero, que não jogou nada, passando Carlinhos Paraíba para a lateral. Juan já tinha amarelo.

Embora o Coxa estivesse melhor no jogo, mais uma falha da defesa paranaense propiciou o quarto gol ao São Paulo.

Eltinho, aos 9, errou passe e Lucas, com categoria, encobriu Edson Bastos, marcando um belo gol.

Aos 14 Adilson colocou Marlos no lugar de Rivaldo, que já estava cansado, para investir nos contra-golpes, agora com dois meias, mas a medida não deu certo.

Cícero não ajudava na marcação nem criava e o ala direito Maranhão apoiava bastante, tabelando com Rafinha, que fez um segundo tempo exemplar.

Everton Ribeiro entrou bem no lugar do apagado Eltinho.

Marcando mais forte e saindo rápido para o ataque, com Rafinha inspirado o Coxa diminuiu, com gols de Rafinha aos 22 e Bil aos 29.

Mesmo com um jogador a menos o time paranaense dominava e deixou a partida emocionante aos 41, quando fez o terceiro.

Cabe ao Adilson corrigir o posicionamento do zagueiro Xandão, que falhou em dois gols.

Se a partida tivesse mais cinco minutos provavelmente o tricolor amargaria um empate desastroso, tal o domínio paranaense no segundo tempo.

Os destaques: Carlinhos Paraíba pelo São Paulo e Rafinha pelo Coritiba.

No duelo tático dos treinadores, apesar da vitória, Adilson foi superado por Marcelo Oliveira.

E só ganhou em virtude da melhor técnica do time tricolor.

Formações
Coritiba: Edson Bastos, Jonas, Pereira, Emerson e Eltinho (Éverton Ribeiro); Gil (Maranhão), Léo Gago, Rafinha, Davi e Marcos Aurélio (Anderson Aquino, intervalo); Bill. Técnico: Marcelo Oliveira.
São Paulo: Rogério Ceni, Jean (Luiz Eduardo), Xandão, Rhodolfo e Juan (Cícero); Denilson, Wellington, Carlinhos Paraíba e Rivaldo (Marlos; Lucas e Dagoberto. Técnico: Adilson Batista